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WWF. Você ama? Porque eu não.

Eu pensei em fazer, junto com Raquel, algumas postagens que desmascarassem algumas farsas, então resolvi começar pelo WWF. O texto é grande, então acredito que algumas pessoas terão preguiça em ler, mas recomendo que o leiam. Segue abaixo um artigo publicado pelo jornal De Groene Amsterdammer em 17/12/1997 eu sei que é antigo, mas fatos vão, apesar do tempo, continuar sendo fatos.

Uma face oculta do WWF:Somando e subtraindo
Por Reni Zwaap

O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) é uma multinacional ambiental que está crescendo constantemente. Mas o panda e o rinoceronte não se deram muita conta disto. Entretanto, os ricos da Terra obtêm suas deduções de impostos via WWF. O mesmo fazem a princesa Juliana e o príncipe Bernardo.

Com um total de 708.000 contribuintes apenas na Holanda (no ano passado eles receberam 80 milhões de guildas em doações), o Fundo Mundial para a Natureza, anteriormente chamado Fundo Mundial para a Vida Selvagem, se transformou numa verdadeira multinacional para a proteção de plantas e animais. Financeiramente apoiado pelo Clube 1001, a exclusiva associação dos super-ricos que foi criada pelo padrinho do WWF, príncipe Bernardo, para prover regularmente novas injeções financeiras, o WWF Internacional, que opera a partir da cidade de Gland, na Suíça, domina um crescente império de parques de vida selvagem, reservas e outros tipos de áreas protegidas.

Grandes partes da África e América do Sul estão direta ou indiretamente sob o controle do WWF ou organizações afins, como a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Oito milhões de quilômetros quadrados da superfície terrestre - uma área maior que a Índia, Afeganistão, Irã e Iraque juntos - já foram declarados áreas naturais protegidas, e uma grande parte delas é administrada por gente do WWF. O projeto de aquisição territorial do WWF está longe do seu fim. No momento, eles estão trabalhando duro para ver se podem obter mais alguns pedaços da Região Amazônica brasileira, ao mesmo tempo em que têm grandes planos para a Europa. Recentemente, foi revelado que o WWF tem um projeto em Haarlemmermeer (na Holanda - n.t.) para plantar uma "Floresta Príncipe Bernardo", na qual a flora e a fauna possam desfrutar de vizinhanças isoladas e não-perturbadas pela civilização humana.

Como tudo o que fazem pelo meio ambiente, a maneira como WWF levanta dinheiro é bastante controvertida. O professor de parasitologia em Utrecht, Dr. A.W.C.A. Cornelissen, entrou com uma queixa junto à Comissão de Códigos de Propaganda, na qual protestava contra a maneira desnecessariamente apocalíptica em que os slogans são usados pelo WWF. Recentemente, o WWF iniciou uma campanha que dizia que a cada 20 minutos uma espécie animal se extinguia. Isto significaria que, numa base anual, 27.000 espécies se extinguiriam, inclusive cupins e bactérias unicelulares. De acordo com Cornelissen, este tipo de estimativas não é mais científico do que uma adivinhação estudada. Não existe nenhum método científico confiável para medir este tipo de fenômeno. Com os métodos usados pelo WWF, é impossível levar em conta mais que um por cento dos animais. O WWF usa hipérboles para levantar tanto dinheiro quanto possível. Na realidade, muito menos espécies se extinguem e, por larga margem, nem todos os casos são causados por fatores como a derrubada de florestas equatoriais, como relatado pelo WWF.

Inicialmente, as acusações dos biólogos de Utrecht foram aceitas pela Comissão de Códigos de Propaganda. Porém, na apelação, o WWF saiu vitorioso. Cornelissen diz: "No que me diz respeito, isso não ocorreu tanto porque a Comissão achou que o WWF estava certo, mas porque eu não havia me dado ao trabalho de repetir toda a dissertação científica que apresentei quando entrei com a queixa original. Eis porque o WWF, finalmente, obteve um veredicto a seu favor. Neste ínterim, o WWF se tornou ainda mais pessimista. Numa publicação recente, o assim chamado "Relatório do Século", eu lei que, agora, uma espécie se torna extinta a cada 10 minutos."

Cornelissen está contrariado com semelhante verborragia apocalíptica, que está diretamente ligada à arrecadação de fundos. Diz ele: "Na revista do WWF, Panda, que é orientada para os jovens, eu li recentemente que, por causa do derretimento das calotas geladas, o nível do mar subirá meio metro, e que isto será prejudicial para as pobres tartarugas. Todas essas são histórias que têm sido descartadas desde há muito por, entre outros, o Painel Internacional de Mudanças Climáticas. Mas o WWF continua a pregar a mesma mensagem.

Existe desacordo sobre quão úteis as atividades do WWF são para a natureza. As pouquíssimas vezes em que o modus operandi da multinacional foi analisado criticamente, os investigadores depararam com uma série de falhas. Desde a sua fundação, em 1961, pelo consorte britânico príncipe Philip, o WWF levantou dinheiro em grande escala, para ajudar espécies ameaçadas, como o rinoceronte negro, o panda e o elefante. Mas, a despeito das muitas centenas de milhões que fluíram para os cofres do WWF nas últimas três décadas, a espiral descendente não foi interrompida. Ao contrário, na maioria dos casos, o aumento de atividades do WWF em benefício de certas espécies leva a uma extinção mais rápida de suas mascotes. Em 1989, uma investigação interna sobre as atividades do WWF, efetuada pelo professor de Oxford Mark Phillipson, vazou para a imprensa britânica e causou extremo embaraço ao WWF.

Phillipson descobriu que, em muitos casos, o dinheiro levantado nunca chegou ao seu destino. Seu relatório de 252 páginas soou como uma incessante litania de má administração. Especialmente no tocante ao propósito principal da existência do WWF - a salvação de espécies ameaçadas -, a multinacional era um retumbante fracasso. O pai fundador príncipe Philip assustado a ponto de perder o juízo com o Relatório Phillipson, ou melhor dizendo, por ele ter sido vazado para a imprensa. O escândalo ficou ainda maior quando a mídia britânica também conseguiu colocar as mãos num memorando interno do príncipe consorte ao diretor do WWF Charles de Haes, no qual o príncipe o pressiona para remover as presas do doloroso relatório antes de permitir que a mídia tivesse acesso a ele.

Se é que era possível, uma desilusão ainda maior que o Relatório Phillipson é o relatório de mais de 200 páginas escrito dois anos atrás a pedido do presidente Mandela pelo juiz Mark Kumleben, sobre sua investigação das atividades do WWF na África do Sul durante o apartheid. Mandela ficou alarmado por artigos e documentários de televisão sobre as atividades de uma espécie de exército privado do WWF na África do Sul, que, sob o codinome Projeto Lock, estava semeando a morte e a destruição entre a população negra da África do Sul e seus estados vizinhos. Aparentemente, o Projeto Lock foi uma iniciativa privada do príncipe Bernardo, que dirigia o poleiro no WWF até o escândalo Lockheed, após o qual ele permaneceu como um poder de bastidores, mesmo se apenas pelo seu controle do supramencionado Clube 1001.

No curso de sua investigação, Kumlebem tropeçou numa vastamente ramificada rede internacional de espiões e interesses econômicos, que, via WWF, havia assumido controle - sob o disfarce da proteção da natureza - de grandes pedaços de habitats protegidos. Utilizando estas áreas como base, sob a bandeira do combate à caça ilegal e de infiltrar os círculos de caçadores ilegais, todos os tipos de atividades foram deslanchadas, primariamente por mercenários recrutados na Grã-Bretanha. O pessoal do Lock parece ter sumido com mais de 100 chifres de rinocerontes que haviam retirado do Governo da Namibia, supostamente para ajudá-los a infiltrar-se nos círculos de caçadores clandestinos. A consignação foi, muito provavelmente, vendida pelas pessoas envolvidas no Lock.

Kumleben também tropeçou em várias indicações que apontavam o envolvimento de mercenários do Lock em ataques a membros do CNA (Congresso Nacional Africano - n.t.). Em vários parques naturais na África do Sul, estes mercenários, endurecidos veteranos que, por exemplo, tinham experiência em caçar membros do IRA (Exército Republicano Irlandês - n.t.), estabeleceram centros de treinamento onde vários "movimentos de libertação" africanos foram treinados. Membros do Lock também teriam estado envolvidos em várias tentativas de assassinatos contra a população do Sul da África, no contexto de um processo de desestabilização (ver De Groene Amsterdammer, 5.11.1997). Foi feita uma conexão entre o Projeto Lock e o notório ataque à aldeia sul-africana de Boipatong, em 18 de junho de 1992, no qual 39 pessoas foram mortas e muitas outras ficaram feridas. Este ataque foi efetuado por membros da dissolvida unidade "Koevoet", um notório esquadrão de 40 veteranos da Namíbia que havia sido treinado sob os auspícios do Projeto Lock.

De interesse essencial na investigação do juiz Kumleben foi um documento de um infiltrador do serviço de inteligência militar sul-africano no grupo Lock, o qual foi designado como "Documento Q". Do exame deste documento, em poder do De Groene, parece que um oficial britânico da Guerra das Malvinas, coronel Ian Crooke, recebeu o comando dos mercenários Lock e ofereceu cooperação ao Governo sul-africano. Se a África do Sul cooperasse com o Lock, o Lock asseguraria que o Governo sul-africano receberia informações sobre as organizações anti-apartheid no exterior. De qualquer maneira, a fronteira entre a proteção da natureza e o envolvimento nos assuntos internos da África do Sul e os estados vizinhos não foi claramente definida.

Como tal, o WWF se encontra numa velha tradição de proteção da natureza. Mesmo no início do século, quando o presidente sul-africano Paul Kruger declarou a região na fronteira com a colônia portuguesa de Moçambique como uma área natural protegida, ficou claro desde o início que mesmo com aqueles que nominalmente tentavam proteger a natureza, as intrigas políticas prevaleciam sobre a proteção da fauna oprimida.

Quando a África do Sul se tornou uma colônia britânica, em 1902, o Parque Kruger caiu nas mãos de um veterano britânico da Guerra dos Bôeres, James Stevenson-Hamilton, que tinha a tarefa estrita de manter o parque livre de "kaffers" (negros) e fazendeiros brancos. Até a sua aposentadoria, em 1945, o major realizou sua tarefa com diligência. Sob o disfarce de uma campanha permanente contra a caça clandestina, ele limpou mais de 16.000 quilômetros quadrados de qualquer habitação humana. Os habitantes originais, aqueles que não foram simplesmente chutados para fora, foram forçados a sair, porque a fonte mais importante do seu meio de vida, a caça, estava estritamente proibida. Os zulus apelidaram o major de "Kukuza" (aquele que varre e deixa limpo). Ainda hoje, a sede do Parque Kruger tem este nome. Indubitavelmente, os príncipes Philip e Bernardo dirigiram o seu projeto da Operação Lock tendo em mente a tradição do implacável "anticaçador" Stevenson-Hamilton, assim como, de fato, todo o funcionamento do WWF está imerso na mesma tradição.

Bernardo e Philip são os grandes nomes do WWF. Para o que conta, eles têm sido parceiros por toda a vida. No início da década de 1960, Bernardo disse ao seu biógrafo Alden Hatch que ele se correspondia diariamente com seu colega britânico: todo dia, eles enviavam um ao outro por telex uma citação das Sagradas Escrituras. Foi durante este período piedoso de ambos os príncipes que o WWF foi criado.

Em si mesmo, o fato de que dois apaixonados caçadores se arrependessem e se tornassem ativistas ambientais representou uma notável mudança de eventos. Em fevereiro de 1961, durante uma visita à Índia, pouco antes da criação do WWF, Philip causou uma grande controvérsia, porque enquanto passeava de elefante, ele participou de uma caça em grande escala de tigres indianos - também uma espécie animal repetidamente destacada nas campanhas do WWF. A fotografia de Philip sobre o cadáver do orgulhoso tigre chocou todo o mundo.

Durante a mesma visita real à Índia, Philip atirou num rinoceronte indiano, uma espécie única, da qual havia apenas 250 espécimes existentes. Era uma fêmea, ainda jovem. Um dos caçadores do grupo real, lorde Alex Douglas-Home, um dos melhores atiradores no Reino Unido, disparou um tiro de advertência para afastar a mãe e seu filhote. Porém, o animal não se afastou e acabou cruzando o caminho de Philip. "Para desgosto de todos, Philip abateu o animal", disse a uma equipe de filmagem britânica Ian MacPhail, que foi um dos principais do WWF. Segundo MacPhail, as ações de Philip foram ocultadas do público, de modo a não ameaçar os planos já existentes para lançar o WWF como uma arca de Noé. O próprio MacPhail declarou ter participado do acobertamento. "Com um coração pesado, tenho a dizer que também estive envolvido na época", disse ele em 1990. "O rinoceronte, o elefante e o panda perderam o barco e a arca de Noé partiu sem eles."

O príncipe Philip devotava praticamente todo o seu tempo a trabalhar para o WWF. Ele se desviou por este caminho pelas suas fobias pessoais. Para Philip, a proteção da natureza é sempre uma batalha contra o homem. "Eu gostaria de ver o que seria reencarnar como uma das espécies animais ameaçadas", escreveu ele em 1988, no prefácio do livro People as Animals, de Fleur Cowles. "Quais seriam os sentimentos para com a espécie humana, cuja explosão populacional lhe torna impossível continuar sua existência, de um jeito ou de outro... Eu tenho que admitir que às vezes sinto o desejo de reencarnar como um vírus particularmente letal."

Inimigo da Humanidade - é uma característica que pode ser detectada em muitas das atividades do WWF. O WWF é o bebê de Philip. A razão pela qual Bernardo, em vez de Philip, se tornou o primeiro presidente do WWF (Internacional - n.t.) foi uma questão de política internacional. Algumas ex-colônias da Grã-Bretanha não apreciariam que seu território fosse novamente conquistado por um representante da casa real britânica, em sua nova encarnação como protetor da natureza. Bernardo permaneceu como o principal cabeça do WWF até que o escândalo Lockheed o afastou.

Bernardo também é útil ao WWF de um ponto de vista financeiro. Isto fica claro na correspondência entre a casa real na Holanda e o QG do WWF, na cidade suíça de Gland, sobre o financiamento do Projeto Lock, a qual foi interceptada pelo De Groene Amsterdammer.

Para esse propósito, retornemos a 7 de dezembro de 1988, quando os leiloeiros da Casa Sotheby de Londres leiloaram dois quadros da coleção privada do príncipe Bernardo e da princesa Juliana. O leilão, chamado "Um futuro para a natureza", foi organizado pelo membro do Clube 1001, barão Heinrich von Thyssen-Bornemisza. Os rendimentos deveriam ir para o WWF. Foi um sucesso inusitado. Juliana e Bernardo doaram duas pinturas: "A Sacra Família", do mestre espanhol Bartolomi Esteban-Murillo, e "O Estupro de Europa", atribuído à italiana Elisabetta Sirani. Pelos livros, o quadro de Murillo deveria render algo entre 60.000 e 80.000 libras esterlinas (cerca de 250.000 guildas). O suposto Sirani era avaliado entre 6.000 e 8.000 libras. O dinheiro resultante foi espetacularmente maior: a "Sacra Família" rendeu 600.000 libras (quase dois milhões de guildas), enquanto o "Estupro de Europa" rendeu 100.000 libras. O generoso comprador permaneceu anônimo.

Isso foi seguido por um truque fiscal, que deixa claro o grau em que a proteção da natureza é financeiramente atraente para os grandes do mundo. A leitura de uma carta do tesoureiro de Juliana, R.M. Smits, ao diretor-geral associado do WWF, Henner Ehringhaus, datada de 13 de junho de 1989, parece que Juliana pode deduzir a benesse real do seu próprio imposto de renda.

Juliana se comprometeu com o pagamento anual de 200.000 libras ao WWF por um período de cinco anos. Caso ela morresse antes do fim do período, a quantia remanescente deveria ser paga ao WWF de uma única vez. Disse o tesoureiro Smits em sua carta a Ehringhaus: "Como os desembolsos da anuidade vitalícia são dedutíveis do imposto de renda, sem dúvida, você entenderá o nosso interesse neste instrumento (original em inglês)." Em suma, Juliana obteve uma bela isenção de imposto, e por dois quadros que não tinham um décimo do valor pelo qual foram vendidos.

Certas más-línguas no mundo da arte afirmam que essa tática de insuflar artificialmente o preço de obras de arte é freqüente. Uma vez que os compradores permanecem anônimos, por exemplo, é possível comprar o próprio quadro e obter uma grande isenção fiscal, enquanto o rendimento da venda (que, neste caso, retornou via WWF às mãos dos doadores, ou seja, Bernardo), pode ser usado novamente ao seu bel prazer.

O tesoureiro Smits mostrou não ter ficado contrariado com a descoberta de sua carta ao WWF. Mas ele jura que essa é a maneira mais normal de se fazer as coisas. Smits: "O grande público parece esquecer sempre, mas nos últimos 30 anos, os membros da casa real têm pago normalmente o imposto de renda. Portanto, eles também podem usar as deduções de impostos."

Como já dissemos, a renda do leilão de arte real retornou às mãos de Bernardo. Isto ficou claro em uma carta escrita por uma colaboradora do WWF, Tatiana Gorchacov, ao diretor do WWF Charles de Haes, datada de 12 de janeiro de 1989. O assunto da carta é declarado como sendo: "dinheiro do príncipe Bernardo." Sua carta, escrita em inglês, dizia: "Acabo de receber um telefonema de PB (príncipe Bernardo - Renee Zwaap) sobre a transferência de dinheiro para a conta da princesa Juliana na Holanda. Ele disse que ainda não havia recebido nada, e que agora necessita urgentemente de 500.000 libras esterlinas para um projeto especial. Podemos ficar com o resto do dinheiro. Ele também disse que se sobrar algum dinheiro depois que o projeto estiver concluído, ele o enviaria a Gland (a sede do WWF na Suíça - Renee Zwaap)."

Em resumo, Bernardo tinha uma necessidade urgente de meio milhão de libras esterlinas para um "projeto especial" e exigia que o dinheiro fosse transferido para a conta de Juliana via WWF. Esta foi a data inicial do financiamento do Projeto Lock.

A maneira como o Projeto Lock foi financiado despertou grande interesse em um dos contadores da equipe financeira do WWF na Suíça. Este contador via quantias gigantescas pulando de uma conta bancária para outra, e perguntou a seus superiores se podia examinar os dossiês do Projeto Lock. Mas ele recebeu uma brusca recusa. "O meu secretário me disse que você estaria interessado em examinar meus dossiês sobre o Projeto Lock", disse ao seu colega o diretor de Comunicações Robert SanGeorge, em 21 de fevereiro de 1991. "Em nenhuma circunstância, você NÃO pode ver esses arquivos."

O contador persistiu. Como contador, para realizar adequadamente o seu trabalho, ele tinha o direito de acessar aqueles documentos - ele declarou várias vezes. Esta foi a sua perdição. Em 4 de setembro de 1991, ele foi demitido sumariamente. O diretor do Departamento Financeiro do WWF o acusou de insubordinação. "Não houve qualquer problema de desobediência, eu apenas fiz o meu trabalho", disse o contador - que quer permanecer anônimo. Eu trabalhei dois meses para o WWF Internacional, e você não pode imaginar como foi difícil trabalhar num negócio em que quase todo mundo estava dizendo mentiras. Eu me senti bastante solitário. Não me permitiram examinar os dossiês do Projeto Lock, porque o príncipe Bernardo e o príncipe Philip estavam envolvidos nele. Havia uma atmosfera de segredo absoluto, que pode ser normal para pessoas que estão acostumadas a viver numa monarquia absoluta, mas que enlouquece a nós suíços. Me ofereceram uma grande quantia em dinheiro para ficar de boca fechada. Mas eu recusei. Depois disto, o WWF tentou dificultar a minha vida de todos os modos: eles usaram detetives particulares, e não sei mais o que. Depois que fui demitido, todo mundo no WWF que tinha alguma coisa a ver com o Projeto Lock desapareceu como relâmpago engraxado, inclusive Charles de Haes. Um escândalo tinha que ser evitado a qualquer custo. Até mesmo um industrial poderoso como Anton Rupert, do sindicato Rothman, se retirou do comitê diretor."


É isso, acho que quem leu terá agora um novo pensamento sobre a nossa adorável ONG WWF.

Pretendo postar sobre o Greenpeace e sobre algumas outras coisas depois.


Beijos pra vocês,
Mii

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